quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Fred, Sheik e a salvação do futebol evangelizado

A década de 90 foi marcada por ídolos que eram craques dentro dos campos e, ao mesmo tempo, polêmicos (e divertidos) fora das quatro linhas. Vampeta, Edilson, Romário e outros faziam a festa dos que gostam do futebol malicioso. Lá dentro eles resolviam e fora não tinham nada de discurso planejado e todo o graças a deus conseguimos os 3 pontos.

Fred em uma das suas várias dancinhas ousadas (tem quem goste)

Mas, infelizmente, essa geração saiu de cena, entraram os evangélicos dentro dos vestiários e saíram as declarações espontâneas. Nada contra a religião, mas a chatice tomou conta das entrevistas na beira de campo. Um pouco por culpa até dos jornalistas, mas boa parte é por causa da angelização dos atletas de futebol. Kaká é craque, mas é chato, mesma coisa pro Messi e tantos outros.

Porém, uma luz no fim do túnel vem aparecendo, uma não, duas! Márcio Passos de Albuquerque e Frederico Chaves Guedes, também conhecidos como Sheik e Fred respectivamente, se apresentam como a salvação das entrevistas coletivas. Por coincidência, ou não, os dois já estão ali na faixa dos 30 anos e não representam uma nova geração no futebol, mas, sim, uma espécie rara de boleiro, que não decora o que vai dizer aos microfones.

Polêmicas fazem parte da carreira desses dois, dentro do pacote você pode colocar o famoso "gato" de Sheik e as saborosas 60 caipisaquês de Fred. Mas não param por aí, ainda tem a famosa declaração do atacante tricolor dizendo que não tinha esperanças de vestir a amarelinha enquanto o treinador da Seleção Brasileira fosse Mano Menezes. E, ainda, a dispensa de Émerson ao cantar "Bonde sem freio do Mengão" enquanto defendia as cores do Fluminense.

O passado dos dois é sensacional e o presente não fica atrás, belas mulheres, baladas, carrões e mansões estão no cotidiano dos craques. E, por incrível que pareça, ainda sobrou tempo para um ser campeão da libertadores (com direito a zuação, pelo twitter, no rival rebaixado) e o outro levantar a taça de campeão brasileiro e, de quebra, ser o artilheiro.

Eles podem até não serem os maiores atacantes que o futebol brasileiro já apresentou, mas suas personalidades incríveis os creditam a ser ídolos eternos das camisas que vestem. Este é o futebol: um esporte em que nem sempre o talento é o mais importante.

Sheik muito bem acompanhado em seu momento de folga

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Muito mais que 3 pontos

Este humilde blog nasce hoje, em uma tarde de Champions League. Mas sua ideia brotou antes, por coincidência, ou não, também em dia de jogos no maior torneio de clubes do mundo. Era 7 de novembro de 2012, tarde em Brasília, noite em Glasgow na Escócia.


A capital escocesa recebia naquela data um duelo diferente. De um lado o esquadrão do Barcelona, um dos maiores times da década, Xavi, Iniesta e claro Messi, do outro "apenas" o Celtic. Era mais que Davi contra Golias, mais que a turma do fundão da escola contra o nerd da primeira carteira, era um massacre programado e agendado. Porém, no futebol nada é marcado antes da hora, existem alguns fatores que influenciam aqueles 22 homens que dão a vida por milhares nas arquibancadas e milhões na frente de televisores.

Um desses fatores é a parte católica verde com branco do futebol escocês. A paixão dos torcedores do Celtic é algo sobrenatural que, ás vezes, extrapola alguns limites futebolísticos. Eles conseguem empurrar 11 homens tecnicamente inferiores a uma vitória espetacular frente aos jogadores mais mimados do século XXI.

Claro que o futebol do Barcelona é vistoso, claro que é sempre bom ver o Messi dando show, mas tem horas que o futebol precisa de alguma sacudida como a da tarde daquele 7 de novembro. Esse blog e casos como esses vêm para nos lembrar que futebol arte é lindo de se ver, porém o amor por um clube pequeno que sofre, por um time que joga na retranca, por um volante carniceiro e tantos outros exemplos é tão ou mais bonito que torcer para os campeões.

O cantor Rod Stewart se emocionou com a vitória do seu clube


Marco Veloso